InfoGripe: influenza A segue em crescimento no Brasil.  Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Hospital Sírio-Libanês

Compartilhe ►

Os dados indicam um contínuo crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com destaque para a circulação dos vírus influenza A e do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em diversas regiões do país. Essa elevação de casos é preocupante, especialmente por atingir grupos vulneráveis como crianças e idosos, que são os mais impactados pela incidência e mortalidade associadas a esses patógenos.

A análise do boletim detalha que, na população idosa, os óbitos por SRAG estão majoritariamente associados à influenza A, reforçando a necessidade de atenção e vacinação para esse grupo. Já entre as crianças, o VSR é o principal causador de casos e óbitos por SRAG, seguido pelo rinovírus e pela influenza A. Esse panorama ressalta a complexidade da vigilância epidemiológica, que precisa considerar a coexistência de diferentes vírus respiratórios e seus impactos diferenciados nas faixas etárias. Além disso, o boletim aponta que 73,4% dos óbitos positivos para vírus respiratórios foram por influenza A, 12,8% por VSR, e 5,1% por Sars-CoV-2, demonstrando a predominância da gripe e do VSR no cenário atual de mortalidade por SRAG.

Geograficamente, o boletim sinaliza um aumento de SRAG em diversos estados, tanto nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) quanto nas de curto prazo (últimas 3 semanas). Regiões como Rio Grande do Sul e Porto Alegre, por exemplo, registraram crescimento de casos, com mortalidade semelhante entre crianças e idosos nas últimas oito semanas. Cidades como Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Curitiba e Rio de Janeiro também estão entre os municípios que merecem atenção, indicando que o aumento das infecções respiratórias é um fenômeno generalizado em território nacional, não se restringindo a poucas localidades.

Diante desse cenário, a Fiocruz reforça a importância das medidas preventivas. A vacinação contra a gripe, por exemplo, é crucial para reduzir a gravidade dos casos e o número de hospitalizações e óbitos, especialmente na população idosa e em crianças. Além disso, as recomendações de uso de máscaras em locais fechados e com maior aglomeração de pessoas, a manutenção de medidas de etiqueta respiratória (como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar) e a higienização frequente das mãos continuam sendo estratégias fundamentais para conter a disseminação dos vírus respiratórios e proteger a população.

Em resumo, o mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz serve como um alerta contundente para a persistência e o crescimento das doenças respiratórias no Brasil, com especial atenção para a influenza A e o VSR. A Fundação ressalta a importância da vigilância contínua, da vacinação e da adoção de medidas de proteção individual e coletiva para mitigar o impacto dessas infecções na saúde pública e evitar um colapso nos sistemas de saúde, garantindo a capacidade de resposta diante da crescente demanda por atendimento médico.